Paginas

terça-feira, 3 de julho de 2018

Surto de ICOs em 2018: declínio do bitcoin?

Notícias do Bitcoin Brasil

Apesar das tentativas de reguladores como a Securities and Exchange Commision (SEC – equivalente à nossa Comissão de Valores Mobiliários – CVM) de acabar com as ICOs (Initial Coin Offerings, em analogia às IPOs), vistas como uma forma controversa de financiamento coletivo (crowdfunding), investidores continuam a colocar dinheiro nessas operações, em um surto de ICOs sem precedentes.

Só em maio deste ano, o volume de arrecadação de 900 ICOs listadas no site ICOBench.com foi de USD 11,8 bilhões, mais do que o dobro dos que os USD 5,5 bilhões na mesma época do ano passado.

As ICOs funcionam como uma mistura de IPO e crowdfunding, oferecendo aos investidores os chamados tokens, que, apesar de não darem nenhum direito ao investidor, funcionam como um acesso a um serviço ainda não lançado, e que se espera sofrer valorização no futuro – se o negócio, geralmente uma startup, for bem-sucedida.

As ICOs foram alvo não só de regulação, mas também de fraudes e golpes amplamente divulgados. Apesar disso, surtos de ofertas iniciais de novas criptomoedas continuam a acontecer e a atrair grandes investidores principalmente do setor de tecnologia, enquanto investidores tradicionais de varejo continuam afastados.

Muito embora parte do volume arrecadado venha de ofertas de nomes já conhecidos no mercado, como a empresa desenvolvedora do Telegram, o valor final, retiradas essas empresas, para a primeira metade de 2018 ainda é maior do que em todo o ano de 2017.

Startups americanas ainda dominam o mercado, mas estão perdendo território para empresas de outros países como a Suíça, que adotou uma política menos rígida de regulação do mercado de crypto. A vigilância da SEC sobre as empresas dos EUA está mudando o perfil de investimentos dos americanos em ICOs. Mesmo antes dessa mudança muitas startups americanas já adotavam a prática de coletar informações pessoais de investidores, como forma de rastreamento de atividades como lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas.

Como forma de escapar da vigilância da SEC, muitas companhias têm optado por fazer ICOs direcionadas a grupos específicos de pessoas – o próprio Telegram Group juntou USD 1.7 bilhão em sua ICO, destinada a um grupo pequeno de investidores particulares.

A tendência geral é que o dinheiro investido em ICOs esteja destinado a modalidades privadas de investimento. Para Bart Stephens, co-fundador de um venture fund em crypto – o Blockchain Capital – isso fará com que o mercado de ICOs se normalize, já que mais informações serão exigidas dos investidores, além de algumas medidas como um tempo mínimo de retenção de tokens já estarem sendo postas em prática.

Conheça o Mercado Bitcoin, maior corretora de criptomoedas da América Latina

________________________________________________________________________________________________

Juliana Liano é estudante da Faculdade de Direito da USP. Faz parte do Centro de Estudos dos Mercados Financeiro e de Capitais (CEM-USP) e é trainee no escritório jurídico global Norton Rose Fulbright.

________________________________________________________________________________________________

 

O post Surto de ICOs em 2018: declínio do bitcoin? apareceu primeiro em Bitcoin Brasil.



from Bitcoin Brasil https://ift.tt/2NoRPev
via IFTTT

Nenhum comentário:

Postar um comentário