Cidade suíça Zug utiliza com sucesso blockchain para votação

Notícias do Bitcoin Brasil

Durante o período de 25 de junho até 1º de julho, a cidade Suíça Zug, conhecida por ser o Crypto Valley (i.e., polo suíço focado no desenvolvimento de aplicações em blockchain), colocou em prática o primeiro teste de votação utilizando o blockchain, conjuntamente com a identidade digital. Dieter Müller, Head de comunicação da cidade, declarou à Swiss News Agency que o processo foi completado com sucesso, com os detalhes técnicos sendo avaliados nos próximos meses.

O sistema de votação eletrônica foi desenvolvido pela empresa Luxoft em parceria com a cidade de Zug e o Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Ciências Aplicadas de Lucerna. Após avaliação dos detalhes técnicos, a empresa planeja divulgar ao mercado o código fonte usado no sistema, tornando-o “open-source”, o ideal é que com a divulgação mais governos possam entender e adotar o sistema de voto descentralizado.

O processo para viabilizar a votação via blockchain começou no final do ano passado, com a emissão de identidades digitais para os cidadãos locais. O procedimento de digitalização ainda está em fase piloto, portanto o teste da votação foi aplicado apenas a uma porção menor da população (cerca de 240 pessoas tiveram acesso), com um questionário inventado. Após esta etapa, o indivíduo apenas necessitava baixar o aplicativo “Uport” e autenticar sua identidade, com seu passaporte ou carteira de identidade. A votação foi realizada tanto pelo aplicativo quanto pelo portal online da cidade.

A adoção do blockchain para o processo de votação é um passo importante dentro de uma democracia. É evidente que ainda é muito complicado e custoso estabelecer em grandes populações o cadastramento digital das identidades, além do fato das tecnologias estarem em fase piloto. No entanto, a utilização do blockchain possibilita votações imutáveis, dada a imutabilidade dos dados em cadeia, verificáveis, dada a transparência dos dados, e ao mesmo tempo anônimas, garantindo a privacidade de cada indivíduo durante a votação.

A utilização da tecnologia pode evitar futuras contestações em votações, como foi observado nas eleições presidenciais americanas em 2000, onde os votos tiveram que ser recontados no estado da Florida, decretando a suspeita vitória de George W. Bush. O caminho até a plena adoção é incerto, porém, iniciativas como as observadas no Crypto Valley trazem otimismo para o futuro do blockchain e da democracia.

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Thiago Gonçalves do Nascimento da Costa – Head of Research e Fundador da Blockchain Insper, estudante de economia no Insper

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